Relatos de Parto :: Janaína Nigro

Published by Denise Cardoso on

As coisas sempre aconteceram muito rápido com a gente, de uma forma divina os eventos sempre se harmonizaram para dar certo… quando eu descobri que estava grávida, comecei a procurar por uma ginecologista e obstetra humanizada. Foi então que conheci uma mulher gentil e amável, a Dra. Mariele, em seguida, conheci a Denise no blog dela. Fui lendo a respeito e descobri que elas trabalharam juntas, daí pra frente não tive dúvidas. 

Meu avô era um farmacêutico à moda antiga, daqueles que salvam pessoas de picada de cobra peçonhenta, e que realizam partos para pessoas que moram em sítios, quando necessário… Ter nosso menino em casa, era a única opção que passava pela minha mente e coração… E o Greg, meu sol, grande amor e amigo, sempre me apoiou, em todos os momentos.

Bom, nas consultas com a Dra. Mariele, perguntei sobre a Denise, a parteira, e a Dra. falou sobre o profissionalismo, disse que confiava cem por cento no trabalho dela e que eu estaria em boas mãos. Procurei o contato da Denise, e fomos em algumas rodas, eu, Greg, e o Logan dentro do forninho! 

Os encontros eram lindos e acolhedores. A De… nem se fala, super humana, atenciosa, respeitosa. Era visível o amor dela pela gestação, pelo parto, e pela vida.

O tempo foi passando e a barriga crescendo, eu me sentia cansada e com dificuldades para dormir… Dia 21 de março, por volta das 3h da manhã, eu rolava na cama entre o sono e a insônia, já era o dia do meu aniversário… Levantei e fui fazer “xixi”, não, definitivamente não era xixi… É o Logan decidiu nascer como o meu maior presente, é inacreditável até hoje!

– Amor, acho que estourou minha bolsa. Liga pra De!

O Greg ligou, e rapidinho a De chegou, com as doulas Fer, Ana Lídia e Ana. Elas ajeitaram tudo silenciosamente, nem parecia que elas estavam ali, de uma forma carinhosa, estava tudo mais claro.

Enquanto isso, o Greg grudado em mim, fazendo massagens, me dando banho. As dores começaram a ficar terríveis demais para eu conseguir me lembrar de detalhes, mas, em certo tempo, a De me sentou numa banqueta para parto, porque nessa altura eu já não conseguia andar direito.

As contrações ficaram muito fortes e frequentes, eu gritava e fazia força pra baixo e o Greg nas minhas costas fazia força contrária a minha, fomos assim por muuuuito tempo. A De sentada na nossa frente, nos olhando cuidadosamente, ouvindo o coraçãozinho do Logan hora ou outra. 

Só faltava um empurrãozinho pro pequeno sair, e ela me disse com carinho:

– Eu já estou vendo a cabecinha dele, não tenha medo. 

Ela, em sua vivência, sabia muito bem a dor que eu estava sentindo, e me encorajou através dessas palavras. 

Juntei o restinho de energia que me restava, dei um grito/uivo (como o Greg costuma dizer) e o Logan escorregou. 

Estávamos deitados na sala, tentando amamentar, eu, Greg e Logan, quando alguém chamou no portão. Os vizinhos fizeram uma denuncia de que o Greg estava me batendo, foi o que imaginaram porque eu estava gritando muito… rsrsrs. O Greg chamou o policial para entrar, ele chegou na sala, se emocionou e disse:

– Meus parabéns, Senhora. 

Aaah, que gratidão e admiração eu tenho por você, De. Você tornou possível meus sonhos, e ajudou a trazer ao mundo os meus maiores presentes. Nos orientou nos dias seguintes, na amamentação (que foi outra luta pra gente), nas burocracias… Esteve por nós de coração, eu não tenho dúvidas. 

O parto humanizado, aumentou nosso grude, nosso amor. O Greg sempre diz que me ver dar à luz aumentou o amor e admiração dele por mim. Nossa história é de nove anos atrás, e nossa família é tão linda e forte… Sei que momentos como esse, foram essenciais para nos alimentar e consagrar esse amor. 

Maaas, não acabou, tem o parto do Kilian ainda… 

Nosso apressadinho amado!

Eu e Greg nos programamos para ter filhos próximos, queríamos ver eles brincando, sendo parceiros e aprendendo a viver juntos… Logo uma nova barriga cresceu.

Confesso que essa gestação foi mais agitada, eu estava mais ansiosa, preocupada… O tempo passou e o Kilian não nasceu de 38 semanas, nem de 39, 40, nem 41(rsrs).

Eu estava realmente agitada, achando que tudo seria igual! 

Só com 42 semanas, o mocinho resolveu conhecer o mundo. Dia 13 de julho, comecei a sentir contrações espaçadas no fim da tarde, falei pro Greg ligar pra De, como foi da outra vez.

Em alguns minutos ela já estava em casa, conversamos, rimos, mas as contrações estavam bem espaçadas, então a Dê disse que ia alimentar as crianças e que voltava em 30 minutos.

Passou 5 minutos que a De saiu… minha bolsa estourou e de repente eu comecei a sentir muita dor, as contrações ficaram com um intervalo muito curto e eu comecei a gritar…

Minha sogra pegou o Logan e foi passear de carro.

Eu corri pro chuveiro, o Greg veio comigo para fazer massagem, e cantou vários hinos, um mais lindo que o outro. Enquanto isso eu batia no azulejo do banheiro e gritava de dor, senti vontade de agachar, o Greg parou com a massagem e abaixou para olhar:

– Ah, tô vendo a cabecinha dele, disse.

Ele veio na minha frente e colocou as mãos para pegar o Kilian, que puff saiu deslizando, pros braços do pai!

Isso aconteceu em 15 inimagináveis minutos.

A gente se olhou, demos risada olhando o saquinho do Ki, porque não sabíamos o sexo dele, até aquele momento.

A De bateu no portão, junto com a querida doula Bruna. O Greg foi correndo abrir, enquanto eu estava com o Kilian sobre o meu joelho, o cordão dele e do Logan eram curtos (a De diz que significa que sou mãe coruja, eu concordo, rs).

– Nasceu. Disse o Greg para a De.

Ela olhou sem acreditar, afinal tinham se passado 20 minutos no máximo. 

Eles me colocaram em um colchão no corredor de casa, e a De começou a me examinar, preparou o cordão umbilical pro Greg cortar. Depois nasceu a placenta, e a De deu alguns pontinhos, porque dessa vez foi necessário…

Depois me levaram pra cama, a De examinou o Kilian, pesou e cuidou da gente com muito amor.

É incrível sentir essas histórias vivas eternamente dentro de mim, sou grata pela vida, por ter me possibilitado dar à luz aos meus meninos de forma consciente, amorosa, envolvida por cuidado e respeito.

Sou grata ao Greg, por ser o homem que É. Por renascer comigo e por mim, tantas vezes.

Sou grata ao Logan e ao Kilian, sem eles eu não seria metade do que sou, e não conheceria esse amor tão verdadeiro. 

Sou grata a você, De, por ter as mãos curativas, que seu Waldemar tinha(meu avô). Nos conectamos e a vida deu todos os sinais possíveis de amor, como o nome da rua em que o Kilian nasceu. 

Waldemar Gregório de Moraes – nome do meu avô, do meu esposo, e o sobrenome da minha parteira! 

Amo vocês! 

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